segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
A Criação de uma Multiplicidade Cultural

Quando falamos em cultura nos remetemos a todas as formas de expressões que buscam através da música, culinária, artesanato, literatura, artes plásticas, áudio visual e outros, registrar costumes, historias, momentos que os diferentes nichos sociais produzem através da multiplicidade cultural, destacamos, a cena independente.
Em vez de tentar definir o que é certo ou errado em matéria de cultura, o que queremos é compreender os muitos caminhos pelos quais permanece vivo e se transforma. Que encontros e combinações de tão distintas tradições são praticados pelos brasileiros? Que criações resultam das tantas misturas culturais que esse povo é capaz de fazer? Como o popular e o erudito se combinam? Que relações são possíveis entre folclore e cultura de massa?
Quando falamos sobre cultura de massa estamos nos referindo não apenas às manifestações festivas e às tradições orais e religiosas do povo brasileiro, mas ao conjunto de suas criações, às maneiras como se organiza e se expressa, aos significados e valores que atribui ao que faz, aos diferentes modos de trabalhar, aos jeitos de falar, aos tipos de música que cria, às misturas que faz na religião, na culinária, na brincadeira.


O povo brasileiro, além de multi étnico, é pluricultural, desde os primeiros tempos. Não havia, como não há atualmente, uma única cultura branca, outra negra e outra indígena. Numa sociedade tão diversificada e dividida como a brasileira, a cultura de massa ou cultura popular é vista de diferentes maneiras. Mais correto seria dizermos que há culturas populares. Pode ser então, que nosso discurso não coincida com o que muitos livros didáticos afirmam. Nosso compromisso é difundir uma visão contemporânea de cultura e cultura popular. Procuramos estudar também as diferentes maneiras como a cultura popular é compreendida, desde o fim do século XIX, quando se iniciaram os estudos de folclore no país, até hoje.
Podemos repensar a história de nossa formação, reconhecer as diferenças culturais e sociais e relacioná-las às situações que vivemos e observamos hoje em nosso país. Pense nisso ao estudar folclore, pois o ‘saber do povo’ (que é o que a palavra inglesa folklore significa), os modos de ser e de pensar dos diferentes grupos que integram o povo brasileiro se desenvolveram como parte de uma história que continua em curso.
Pode não ser fácil pensar a cultura popular como sinônimo de movimento e troca, até porque os textos didáticos costumam, com raras exceções, afirmar o inverso, repetindo que folclore é traje típico, comida típica, cultura de região, é tradição que permanece, é essência que quase não muda. Mas, pense bem, será que aquilo que não muda pode continuar vivo e significativo, quando a vida dos brasileiros vem sofrendo tantas mudanças, nos últimos 50 anos de nossa história?
Pela primeira vez na história do Brasil, a sociedade civil e o Estado se uniram para traçar, conjuntamente, propostas de políticas públicas de cultura.
A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para o gênero humano, quanto a diversidade biológica o é para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras.
O patrimônio cultural de um povo é ingrediente de sua identidade e da diversidade cultural. Pode também tornar-se um importante fator de desenvolvimento sustentado, de promoção do bem-estar social, de participação e de cidadania.

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